A Bíblia conta no final do capítulo 18 de Atos dos Apóstolos a história de Apolo, “homem eloqüente e poderoso nas Escrituras (...) e, fervoroso de espírito, falava e ensinava diligentemente as coisas do Senhor”. O relato de que, não obstante este ainda “só” conhecesse o batismo de João, falava ousadamente na sinagoga, me faz lembrar dos heróis da fé retratados em Hebreus 11, pessoas que não chegaram a conhecer a Cristo, mas viveram e morreram na esperança do cumprimento da promessa de Deus:
“Que mais direi? Faltar-me-ia o tempo contando de Gideão, e de Baraque, e de Sansão, e de Jefté, e de Davi, e de Samuel e dos profetas, os quais pela fé venceram reinos, praticaram a justiça, alcançaram promessas, fecharam as bocas dos leões, apagaram a força do fogo, escaparam do fio da espada, da fraqueza tiraram forças, na batalha se esforçaram, puseram em fuga os exércitos dos estranhos.
As mulheres receberam pela ressurreição os seus mortos; uns foram torturados, não aceitando o seu livramento, para alcançarem uma melhor ressurreição; e outros experimentaram escárnios e açoites, e até cadeias e prisões.
Foram apedrejados, serrados, tentados, mortos ao fio da espada; andaram vestidos de peles de ovelhas e de cabras, desamparados, aflitos e maltratados (dos quais o mundo não era digno), errantes pelos desertos, e montes, e pelas covas e cavernas da terra.
E todos estes, tendo tido testemunho pela fé, não alcançaram a promessa, -rovendo Deus alguma coisa melhor a nosso respeito, para que eles sem nós não fossem aperfeiçoados.”
Apolo não conhecia a Cristo, mas trabalhava, arriscava-se e dedicava-se a Ele. Imagine o que foi aos patriarcas e aos profetas antigos dar a vida por algo que não viram. Isso é fé (Hebreus 11:1).
Temos vivido na chamada “esfera de milagres”. E estes servem como prova da divindade de Jesus. Mas e se não recebêssemos nada por andarmos com Cristo, só a morte e a perseguição e o escárnio? Seguiríamos ao lado dEle? Ama-lo-íamos até o fim?
Conta a história que Francisco de Assis largou uma vida de riqueza, honra e fama para reedificar o santuário destinado aos leprosos, pessoas na época consideradas as mais desprezíveis da sociedade. Foi seguido por Clara, uma jovem da nobreza que recusou-se a casar ou a entrar para o alto clero, desejando servir a Deus integral e humildemente.
Acostumamo-nos a condicionar a nossa felicidade a eventos, coisas, pessoas, conquistas. Claro que tudo tem seu valor, e toda boa dádiva vem de Deus (Tiago 1:17), mas será que podemos falar como Jeremias, profeta que viveu num tempo tenebroso de declínio social, moral, político e espiritual, “a minha porção é o SENHOR, diz a minha alma; portanto esperarei nele.” (Lamentações 3:24)?
Podemos? Marcos 10:38. Pense!
Finalizo deixando um coral de crianças cantando “You´re all I need” (“És tudo que preciso”) http://www.youtube.com/watch?v=hRQuqS2G5-s
Mais sobre Clara e Francisco: http://www.youtube.com/watch?v=hRvRbUOo2kU