quarta-feira, 27 de julho de 2011

O que o faz feliz?

“Quem tenho eu no céu senão a ti? E na terra não há quem eu deseje além de ti.” (Salmos 73:25)


A Bíblia conta no final do capítulo 18 de Atos dos Apóstolos a história de Apolo, “homem eloqüente e poderoso nas Escrituras (...) e, fervoroso de espírito, falava e ensinava diligentemente as coisas do Senhor”. O relato de que, não obstante este ainda “só” conhecesse o batismo de João, falava ousadamente na sinagoga, me faz lembrar dos heróis da fé retratados em Hebreus 11, pessoas que não chegaram a conhecer a Cristo, mas viveram e morreram na esperança do cumprimento da promessa de Deus: 

“Que mais direi? Faltar-me-ia o tempo contando de Gideão, e de Baraque, e de Sansão, e de Jefté, e de Davi, e de Samuel e dos profetas, os quais pela fé venceram reinos, praticaram a justiça, alcançaram promessas, fecharam as bocas dos leões, apagaram a força do fogo, escaparam do fio da espada, da fraqueza tiraram forças, na batalha se esforçaram, puseram em fuga os exércitos dos estranhos.

As mulheres receberam pela ressurreição os seus mortos; uns foram torturados, não aceitando o seu livramento, para alcançarem uma melhor ressurreição; e outros experimentaram escárnios e açoites, e até cadeias e prisões.

Foram apedrejados, serrados, tentados, mortos ao fio da espada; andaram vestidos de peles de ovelhas e de cabras, desamparados, aflitos e maltratados (dos quais o mundo não era digno), errantes pelos desertos, e montes, e pelas covas e cavernas da terra.

E todos estes, tendo tido testemunho pela fé, não alcançaram a promessa, -rovendo Deus alguma coisa melhor a nosso respeito, para que eles sem nós não fossem aperfeiçoados.” 

Apolo  não conhecia a Cristo, mas trabalhava, arriscava-se e dedicava-se a Ele. Imagine o que foi aos patriarcas e aos profetas antigos dar a vida por algo que não viram. Isso é fé (Hebreus 11:1).

Temos vivido na chamada “esfera de milagres”. E estes servem como prova da divindade de Jesus. Mas e se não recebêssemos nada por andarmos com Cristo, só a morte e a perseguição e o escárnio? Seguiríamos ao lado dEle? Ama-lo-íamos até o fim?

Conta a história que Francisco de Assis largou uma vida de riqueza, honra e fama para reedificar o santuário destinado aos leprosos, pessoas na época consideradas as mais desprezíveis da sociedade. Foi seguido por Clara, uma jovem da nobreza que recusou-se a casar ou a entrar para o alto clero, desejando servir a Deus integral e humildemente.

Acostumamo-nos a condicionar a nossa felicidade a eventos, coisas, pessoas, conquistas. Claro que tudo tem seu valor, e toda boa dádiva vem de Deus (Tiago 1:17), mas será que podemos falar como Jeremias, profeta que viveu num tempo tenebroso de declínio social, moral, político e espiritual, “a minha porção é o SENHOR, diz a minha alma; portanto esperarei nele.” (Lamentações 3:24)?
 

Podemos? Marcos 10:38. Pense!
 

Finalizo deixando um coral de crianças cantando “You´re all I need” (“És tudo que preciso”) http://www.youtube.com/watch?v=hRQuqS2G5-s
Mais sobre Clara e Francisco: http://www.youtube.com/watch?v=hRvRbUOo2kU

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Praise looks good on you

“E repreendeu Jesus o demônio, que saiu dele; e, desde aquela hora, o menino sarou. Então, os discípulos, aproximando-se de Jesus em particular, disseram: Porque não pudemos nós expulsá-lo? E Jesus lhes disse: Por causa da vossa pequena fé; porque em verdade vos digo que, se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: Passa daqui para acolá--e há de passar; e nada vos será impossível. Mas esta casta de demônios não se expulsa senão pela oração e pelo jejum.” (Mt. 17:18-21).


Lembro-me que há alguns anos uma amiga desmanchou o noivado por conta de “ser sempre a última” na vida do consorte. Trabalho, amigos, estudo, tudo vinha antes dela.
Na época fiquei muito chateada, discordei dessa decisão e disse a ela que na minha opinião as pessoas devem ser livres e que só pelo fato de alguém não se dedicar ao outro o tanto que este gostaria não significa necessariamente que aquele não esteja oferecendo o máximo que pode.

O ditado popular é que “o mundo gira”. Hoje ainda não concordo cem por cento com essa colega, mas convenhamos, quantas vezes em relacionamentos não nos sentimos frustrados por sabermos que o outro não nos oferta “o melhor”?
Aliás, nessa correria moderna e individualista estamos cada vez mais longe de destinar a outrem o máximo de nós. Dia desses estávamos em uma loja e meu pai chegou a comentar “esse rapaz é tão gentil e atencioso que tenho vontade de comprar só em consideração a ele”. O que antes era “obrigação” virou qualidade difícil de ser achada. Fazemos tudo de qualquer forma (especialmente nas relações humanas) e nos orgulhamos de termos conseguido ludibriar a “exigência” alheia.
E com Deus não é diferente. Na semana passada o Senhor me deu o seguinte versículo em profecia, que compartilho aqui:
“Assim diz o SENHOR dos Exércitos: O jejum do quarto, e o jejum do quinto, e o jejum do sétimo, e o jejum do décimo mês será para a casa de Judá gozo, alegria, e festividades solenes; amai, pois, a verdade e a paz.” Zacarias 8:19

Sabemos que o jejum é uma forma de humilhação e consagração a Deus. A maioria dos cristãos também está acostumada a jejuar como um modo tradicional e rotineiro de sacrifício a Cristo. Mas há quanto tempo não jejuamos com um propósito, o propósito puro de apreciarmos a companhia e a presença do nosso Deus? Não um jejum que ressalte o quanto somos santarrões e esforçados (Mateus 6:17, Amós 4;5, Lucas 18:10-14), ou que humilhe os que se interpõem em nosso caminho (Isaías 58), mas o jejum santo da alegria da comunhão cristã.
Essa exortação me lembra o hino do Don Moen “Praise looks good on you” (http://letras.terra.com.br/don-moen/1070893/traducao.html), que diz mais ou menos que “mais que um sacrifício, estou buscando a sua vida, santa e aceitável (...) e em tudo o que você faz, lembre-se que tudo o que quero é VOCÊ”.

Na realidade, quando amamos alguém de verdade, nada é sacrifício, nada é pesado. Há quanto tempo não louvamos, nos humilhamos, jejuamos, cultuamos, adoramos e desfrutamos da prioridade, que é –ou, deveria ser - Jesus?

“Não tem sentido falar-se em sacrifícios, quando você vê Jesus morrendo por você na cruz. Não há sacrifícios. Imagine onde estaríamos sem Jesus. Convenhamos, sacrifícios? Onde estaríamos? Na sarjeta.” (Irmão André, tradução livre, disponível em http://www.youtube.com/watch?v=0KGxJmDcn5c&feature=related, aos 7:38min)

Mês sétimo é de consagração e ALEGRIA!

domingo, 3 de julho de 2011

Em fervente oração...

“E, soltos eles, foram para os seus, e contaram tudo o que lhes disseram os principais dos sacerdotes e os anciãos.
E, ouvindo eles isto, unânimes levantaram a voz a Deus, e disseram: Senhor, tu és o Deus que fizeste o céu, e a terra, e o mar e tudo o que neles há; Que disseste pela boca de Davi, teu servo: Por que bramaram os gentios, e os povos pensaram coisas vãs? Levantaram-se os reis da terra, E os príncipes se ajuntaram à uma, Contra o Senhor e contra o seu Ungido. Porque verdadeiramente contra o teu santo Filho Jesus, que tu ungiste, se ajuntaram, não só Herodes, mas Pôncio Pilatos, com os gentios e os povos de Israel; Para fazerem tudo o que a tua mão e o teu conselho tinham anteriormente determinado que se havia de fazer. Agora, pois, ó Senhor, olha para as suas ameaças, e concede aos teus servos que falem com toda a ousadia a tua palavra; Enquanto estendes a tua mão para curar, e para que se façam sinais e prodígios pelo nome de teu santo Filho Jesus.
E, tendo orado, moveu-se o lugar em que estavam reunidos; e todos foram cheios do Espírito Santo, e anunciavam com ousadia a palavra de Deus.” (Atos 4)

É comum queixarmo-nos da situação atual da Igreja (corpo vivo de Cristo). Mas para que possamos entender o que nos falta – que havia nos tempos primitivos – basta-nos um pouco de honesta meditação daquela época em comparação à nossa.

Os cristãos antigos estavam acostumados à oração constante. Muito mais que o nosso “Ai, meu Deus!” ou “Misericórdia, Senhor” que soltamos inconsciente e eventualmente em circunstâncias adversas, eles - de forma concreta – oravam e oravam e oravam. Não quero aqui afirmar que o clamor eventual cotidiano não surta efeitos. Diz a Palavra que o Rei Josafá bradou no meio da batalha e foi salvo (2 Crônicas 18:31 ). É óbvio que não há tempo para, em meio a uma guerra, grandes abstrações e aprofundamento espiritual, mas ainda assim o socorro divino foi enviado.
A questão é que a oração fervente e constante estava sempre em primeiro plano na vida da Igreja primitiva. Além de viverem 24 horas entregues a Deus (Gálatas 2:20 ), falavam sempre que possível com Ele. E esta era uma oração unânime, feita de forma completamente voltada ao Reino e à vontade do Senhor.
Note-se que muito embora seja pedida uma providência imediata, baseada nas circunstâncias (“Olha para suas ameaças”), a real intenção ao orar é alcançar-se ousadia suficiente para o Serviço.
A Igreja Primitiva era presa no corpo, e livre no Espírito. A Igreja atual é o contrário: Livre para expressar-se, mas sempre presa espiritualmente ao mundanismo, ao avivamento superficial, aos modismos místicos e ecumênicos.
A Igreja de Cristo era devotada e entregue ao Senhor, até à morte, e clamava por milagres como instrumentos para a conversão alheia. A Igreja atual é apaixonada por si própria e tem nos sinais o fundamento para que sua vontade seja satisfeita. Deus deixa de ser um interlocutor na “comunicação” empreendida (a qual insistimos em chamar oração) e passa a ser um mero garçom ou mordomo, cumpridor dos nossos interesses.
Não é à toa a mediocridade em que mergulhamos. Se tão-somente lembrássemos do Palavra que diz “Entrega o teu caminho ao SENHOR; confia nele, e ele o fará.” (Salmos 37:5)  ou “Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.” (Mateus 6:33 )
Um dos hinos mais contundentes que conheço a respeito é “What if His people prayed”, do Casting Crowns, baseado na passagem de 2 Crônicas 7:14,  que diz: “Se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra.”.. Disponível em http://letras.terra.com.br/casting-crowns/295055/
Vamos voltar às bases, corpo de Jesus?