Fim de novembro, todos começam a fazer retrospectivas em relação ao ano que termina. Esse foi um ano muito mais duro, para mim, do que o passado. Em 2010 havia ainda sonhos não realizados, que se frustraram abruptamente nos últimos 365 dias e que definitivamente não se concretizarão nos próximos meses. Existem projetos que não existem mais. Há pessoas que simplesmente tomaram tudo o que podiam e sumiram, sem explicação.
Mas – ao contrário de 2010 – dessa vez não há feridas, não há amargor. É possível que o último dos sonhos tenha morrido de lá pra cá, mas a despeito das desilusões, agora digo com toda a paz de espírito do apóstolo Paulo que combati o bom combate. E sinto-me plenamente satisfeita.
Como diria C S Lewis, fui surpreendida pela Alegria. Alegria sem devaneios, felicidade concreta, na turbulência. Fui surpreendida pelo Amor e pela transformação que Ele traz, ainda que às vezes lentamente.
Isso por causa da mãe da minha avó, que nunca gostou da minha pessoa. Tentei, sempre (em vão), agradá-la. Com todo o coração, tendo em mente que ela é a antecessora das duas mulheres mais fantásticas da minha vida, ainda que tão diferente e distante de ambas. Suportei humilhação e injustiça, sendo eu a criança/adolescente e ela a mulher madura. Mas a roda da fortuna gira mais rápido do que esperamos (ou, às vezes, até queremos) e hoje eu, a “mulher madura”, seguro as mãos trêmulas dessa senhora de quase cem anos que diz a toda hora o quanto gostaria que eu fosse definitivamente morar com ela.
Sei que há crianças e adolescentes que lêem esse blog e digo, a despeito de o quanto isso soe clichê e piegas, baseada em minha experiência: plante amor. Mesmo injustiçado, traído, ridicularizado, desesperançado ou discriminado. Mesmo que você se sinta um tolo, um “trouxa”. Mesmo que pareça que jamais haverá retorno. Todo o amor que você plantar Deus fará brotar das formas mais inusitadas - em dobro - ao longo de sua caminhada.
Sexta-feira comentava com meus alunos de quando o Senhor “virou o cativeiro” de Jó: orando por seus “amigos”. Imagine a cena: um homem outrora poderoso devastado pela calamidade, clamando aos céus em favor daqueles que o julgaram e incriminaram injustamente na hora da desgraça. Isso é fazer a diferença, isso é manifestar a filiação.
Eu honesta e finalmente parei de semear esperando frutos. Só traz frustração. Bom é lançar a semente sentindo o prazer de saber que Cristo foi tão misirecordioso comigo a ponto de me fazer poder compartilhar.
E o que vier - de bom, de Deus, do Amor – é lucro. Afinal, como dizem, os dias são longos, mas os anos são curtos.
[E minhas florezinhas estão desabrochando que só! =]
"Pela manhã semeia a tua semente, e à tarde não retires a tua mão, porque tu não sabes qual prosperará, se esta, se aquela, ou se ambas serão igualmente boas." Eclesiastes 11:6
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