terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Corta-o, e atira-o para longe de ti


Então disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e siga-me;

            Tenho um amigo que – como eu – aprecia plantas. Relatava a ele no fim do ano passado que meus mini-crisântemos, a despeito do excesso de zelo, haviam secado. E que a recomendação tinha sido de podá-los.
            Iniciou-se uma luta psicológica, que eu então comparava à nossa  relutância humana em “cortar” as lembranças ruins do passado: Definitivamente não queria ver-me livre dos galhos secos. Mas era preciso, e o fiz. Janeiro desabrochou em novos ramos e botões.
            Procurava hoje um poema para enviar justamente ao pai desse amigo, e deparei-me com este, de Cecília Meireles:

É preciso não esquecer nada

É preciso não esquecer nada:
nem a torneira aberta nem o fogo aceso,
nem o sorriso para os infelizes
nem a oração de cada instante.

É preciso não esquecer de ver a nova borboleta
nem o céu de sempre.

O que é preciso é esquecer o nosso rosto,
o nosso nome, o som da nossa voz, o ritmo do nosso pulso.

O que é preciso esquecer é o dia carregado de atos,
a idéia de recompensa e de glória.

O que é preciso é ser como se já não fôssemos,
vigiados pelos próprios olhos
severos conosco, pois o resto não nos pertence.
 
            Fiquei surpresa porque vinha a calhar com a situação e com o que o apóstolo Paulo diz em Romanos 12:3: “Porque pela graça que me é dada, digo a cada um dentre vós que não pense de si mesmo além do que convém; antes, pense com moderação, conforme a medida da fé que Deus repartiu a cada um.” (grifo meu).
            É evidente que o cristão deve exercitar o auto-conhecimento. Mas agir de forma sistemática como se as nossas frustrações fossem as mais importantes do universo é tolice. É aprisionamento. É limitar o poder e o plano divino para nossas vidas.

Compartilho minha oração de hoje, na busca de humildade de espírito. E que haja uma "poda" efetiva em todos nós.

 "É necessário que ele cresça e que eu diminua."

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

"Desculpe, não sou daqui."

"If I find in myself a desire which no experience in this world can satisfy, the most probable explanation is that I was made for another world." C S Lewis


Lia hoje. Texto auto-explicativo:



"Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada.
Porque a ardente expectação da criatura espera a manifestação dos filhos de Deus.
Porque a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas por causa do que a sujeitou,
Na esperança de que também a mesma criatura será libertada da servidão da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus.
Porque sabemos que toda a criação geme e está juntamente com dores de parto até agora.
E não só ela, mas nós mesmos, que temos as primícias do Espírito, também gememos em nós mesmos, esperando a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo.
Porque em esperança fomos salvos. Ora a esperança que se vê não é esperança; porque o que alguém vê como o esperará?
Mas, se esperamos o que não vemos, com paciência o esperamos.
(...)
E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.
Porque os que dantes conheceu também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos.
E aos que predestinou a estes também chamou; e aos que chamou a estes também justificou; e aos que justificou a estes também glorificou.

Que diremos, pois, a estas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós?
Aquele que nem mesmo a seu próprio Filho poupou, antes o entregou por todos nós, como nos não dará também com ele todas as coisas?
Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica.
Quem é que condena? Pois é Cristo quem morreu, ou antes quem ressuscitou dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós.
Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada?

Como está escrito: Por amor de ti somos entregues à morte todo o dia; Somos reputados como ovelhas para o matadouro.
Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou.

Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir,
Nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor."