sábado, 31 de dezembro de 2011

Enfim... 2012


Confesso que admiro imensamente o cartunista Quino e as tiradas de sua pequena personagem "Mafalda"


https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjYI-eyaHvi3YaXPNPJZybCFSCYuHxAQnRBnbqFH8s7jLlVuQEk726_r-SI2svo8hrZiht4GJolaaP4iiwR3rYiRGok0Bd5kvCWSkHBusjZOkaQOFM_JaQnBU5IjvvriswhHJj1g3uElmg/s640/MafaldaAnoNovo.jpg

"E ele, tremendo e atônito, disse: Senhor, que queres que eu faça?"
Atos 9:6 


Que 2012 transforme a mim e a você: de "Saulos" em "Paulos", para a glória do Senhor.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Open the eyes of my heart, Lord


           Ainda sobre olhar, uma música do Oficina G3 que sempre me traz lágrimas. Honestamente, não gosto de versos que chamem o Senhor de “você”. Mas quando reflito e percebo que cada dia enxergo menos, no sentido material, meu coração se enche de fé e esperança em relação ao cuidado e à misericórdia de Deus. E só me resta o louvar.


            Aproveitando que segunda-feira foi aniversário de meu grande amigo André, segue o próprio cantando com o Alexandre “Coração Adorador”. Que vem a calhar com o nome do blog, aliás, “inventado” pela Anna, desaparecida ultimamente =).
 
 Cantemos!

Guardando o rebanho e o olhar


"A candeia do corpo é o olho. Sendo, pois, o teu olho simples, também todo o teu corpo será luminoso; mas, se for mau, também o teu corpo será tenebroso." Lucas 11:34

            Esses dias conversava com minha mãe sobre impressões. Todos estamos sujeitos a impressões superficiais. Como saber aquilatar exatamente quem é cada pessoa, qual a sua história, o seu caráter? Na maioria das vezes isso é impossível.
            Lembro que uma das melhores amigas que já tive na vida deu-me, na adolescência, um livro chamado “O Leitor de Corações”. Recomendo-o. Trata-se da história de um crente “morno” que ouve a palavra “EFATÁ” (“abre-te” - Marcos 7:34) durante um sonho e acorda de posse do dom de saber exatamente quais as necessidades emocionais e espirituais de cada ser humano que o cerca.
            Há quem conteste a classificação “teológica” do amor como “dom divino”. Não entrarei nesse mérito. Mas sou da opinião de que a perfeita caridade nos abre os olhos. E nos constrange a sentir e sofrer a alma próxima. O amor (como presente sobrenatural) “amolece” o olhar humano, tão crítico e pronto a julgar.
            Cecília Meireles, em A Arte de Ser Feliz,  fala que é preciso aprender a olhar. E o Mestre dos mestres, Jesus Cristo, fala que a candeia do corpo são os olhos. O que temos visto? E qual tem sido a interpretação inferida?
Alberto Caeiro, um dos heterônimos do poeta Fernando Pessoa, diz que a verdadeira sabedoria está em olhar sem pensar. Ousadamente, replico que o desafio é conseguir pensar ao olhar. Ir além da impressão mesquinha, julgadora e materialista. Subjugar a ilusão superficial. Pensar em Deus. Ver Deus. Ver o Amor.

"Vede quão grande amor nos tem concedido o Pai, que fôssemos chamados filhos de Deus. Por isso o mundo não nos conhece; porque não o conhece a ele." 1 João 3:1

George Harrison, o grande cantor, musicista e compositor, diz em uma de suas músicas, em tradução livre, que “por causa de todas as lágrimas, os olhos deles não podem ter esperança de ver a beleza que os rodeia”. Na realidade, este magnífico homem, morto há mais de dez anos, acreditava na filosofia panteísta segundo a qual tudo o que existe é Deus. Não é a nossa proposta. Não somos deuses, nem parte dEle, nem temos absolutamente nada de divino e soberano em nossa matéria desprezível. Mas a oração de hoje é que a Caridade (revelada em Cristo) nos enxergue e alcance de tal forma que cure a nossa cegueira espiritual. A fim de que vejamos a maravilha da Criação de Deus. E a maravilha da Misericórdia Divina, que deposita tesouros em vasos de barro.

Ron Kenoly, I see the Lord, letra, tradução e vídeo: http://www.vagalume.com.br/ron-kenoly/i-see-the-lord-traducao.html

Réquiem


[em memória de Zilda Franzini Fontana]

"Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu." Eclesiastes 3:1



- Beijo, tchau!
- Ô! Vai aonde?
- Pra casa, meu ônibus sai daqui a cinco minutos...
- NÃO! EU NÃO DEIXO!
- Por favor, minha mãe vai ficar sozinha lá em São Paulo?
- Mas eu não quero!
- A gente se vê mês que vem. O Natal vai ser lá!
- Mas eu já tô com muita idade...
- Dá cá mais um abraço. Até mês que vem.

            Falávamos aqui em fechar o ano. Novamente 2011 é melhor que 2010, para mim. Ano passado perdi um “quase-parente” (primo-do-marido-da-irmã-da-avó é complicado de explicar) que me carregou no colo todos os dias, durante a infância, É difícil, é quase estúpido ficar sabendo que alguém que participou da formação do seu caráter, radiante na meia-idade, de repente “parou de funcionar”. Simplesmente não está mais lá. Adicione-se a isso o desencontro de quase vinte anos, e uma cidade alagada no dia do funeral, e o que resta é um vazio e uma frustração infinitas.
            Mas hoje não. Porque ela se despediu. Porque sabíamos que era inevitável. Porque houve reconciliação. Reencontros. Claro que ainda daria tudo para poder sentar ao seu lado e segurar sua mão novamente. Mas, parafraseado um amigo, ela soube habilmente colocar pontos finais, ainda que de forma tardia, em todas as frases interrompidas e mal pronunciadas ao longo de meus vinte e seis anos.
            Pergunto: o que temos deixado em suspenso? Adiado, mal resolvido, pendente? O poeta Manuel Bandeira diz, em Consoada:

"Quando a Indesejada das gentes chegar
(Não sei se dura ou caroável),
talvez eu tenha medo.
Talvez sorria, ou diga:
- Alô, iniludível!
O meu dia foi bom, pode a noite descer.
(A noite com os seus sortilégios.)
Encontrará lavrado o campo, a casa limpa,
A mesa posta,
Com cada coisa em seu lugar."



            São Paulo, prevendo sua morte, diz:: "Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda." (2 Timóteo 4:7)


            Lembra-me o testemunho do afamado pregador Dwight L. Moody, que em certa ocasião concedeu uma semana para que o povo pensasse em seu sermão. Sentiu-se atormentado durante muitos anos, pois grande parte de sua platéia não sobreviveu a um inesperado incêndio que devastou a cidade de Chicago, antes do domingo seguinte, prazo final previsto para a tomada de decisão do rebanho.

             JAMAIS deixe para domingo o evangelizar, o reencontrar, o segurar a mão.

Deixo Don Moen cantando "When it´s all been said and done"

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Only Love Remains

"O amor nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá ... Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor." 1 Coríntios 13:8,13

          Fim de novembro, todos começam a fazer retrospectivas em relação ao ano que termina. Esse foi um ano muito mais duro, para mim, do que o passado. Em 2010 havia ainda sonhos não realizados, que se frustraram abruptamente nos últimos 365 dias e que definitivamente não se concretizarão nos próximos meses. Existem projetos que não existem mais. Há pessoas que simplesmente tomaram tudo o que podiam e sumiram, sem explicação.
            Mas – ao contrário de 2010 – dessa vez não há feridas, não há amargor. É possível que o último dos sonhos tenha morrido de lá pra cá, mas a despeito das desilusões, agora digo com toda a paz de espírito do apóstolo Paulo que combati o bom combate. E sinto-me plenamente satisfeita.
            Como diria C S Lewis, fui surpreendida pela Alegria. Alegria sem devaneios, felicidade concreta, na turbulência. Fui surpreendida pelo Amor e pela transformação que Ele traz, ainda que às vezes lentamente.
            Isso por causa da mãe da minha avó, que nunca gostou da minha pessoa. Tentei, sempre (em vão), agradá-la. Com todo o coração, tendo em mente que ela é a antecessora das duas mulheres mais fantásticas da minha vida, ainda que tão diferente e distante de ambas. Suportei humilhação e injustiça, sendo eu a criança/adolescente e ela a mulher madura. Mas a roda da fortuna gira mais rápido do que esperamos (ou, às vezes, até queremos) e hoje eu, a “mulher madura”, seguro as mãos trêmulas dessa senhora de quase cem anos que diz a toda hora o quanto gostaria que eu fosse definitivamente morar com ela.
            Sei que há crianças e adolescentes que lêem esse blog e digo, a despeito de o quanto isso soe clichê e piegas, baseada em minha experiência: plante amor. Mesmo injustiçado, traído, ridicularizado, desesperançado ou discriminado. Mesmo que você se sinta um tolo, um “trouxa”. Mesmo que pareça que jamais haverá retorno. Todo o amor que você plantar Deus fará brotar das formas mais inusitadas - em dobro - ao longo de sua caminhada.
            Sexta-feira comentava com meus alunos de quando o Senhor “virou o cativeiro” de Jó: orando por seus “amigos”. Imagine a cena: um homem outrora poderoso devastado pela calamidade, clamando aos céus em favor daqueles que o julgaram e incriminaram injustamente na hora da desgraça. Isso é fazer a diferença, isso é manifestar a filiação.
            Eu honesta e finalmente parei de semear esperando frutos. Só traz frustração. Bom é lançar a semente sentindo o prazer de saber que Cristo foi tão misirecordioso comigo a ponto de me fazer poder compartilhar.

            E o que vier - de bom, de Deus, do Amor – é lucro. Afinal, como dizem, os dias são longos, mas os anos são curtos.

[E minhas florezinhas estão desabrochando que só! =]

"Pela manhã semeia a tua semente, e à tarde não retires a tua mão, porque tu não sabes qual prosperará, se esta, se aquela, ou se ambas serão igualmente boas." Eclesiastes 11:6

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Datas e a Anna

“Então tomou Samuel uma pedra, e a pôs entre Mizpá e Sem, e chamou-lhe Ebenézer; e disse: Até aqui nos ajudou o SENHOR.” 1 Samuel 7:12


Novamente, desviando a finalidade deste blog, feliz aniversário, Anna!

Ontem comentávamos, entre risos e suspiros, tudo o que já passamos ao longo da que é considerada “a mais dura fase da vida de uma pessoa”: A adolescência.

A Bíblia diz que tudo tem o seu tempo determinado por Deus (Eclesiastes 3:1). Inclusive tempo de chorar. Hoje mesmo o Senhor me concedia a palavra dirigida à mulher cananéia Mateus 15:26: “Não é lícito tirar o pão aos filhos e  deitá-los aos cachorrinhos”. Existem momentos em que o Senhor aparentemente confirma os rótulos e discriminações mundanos (não seria ela filha, apenas por não fazer parte do povo judeu?), a fim de testar nossa fé e longanimidade.

Um dos episódios que considero favoritos das obras de C. S. Lewis (mais precisamente “A Viagem do Peregrino da Alvorada”) é o seguinte: “Então explicava a Eustáquio que o que lhe acontecera era um exemplo notável do girar da Roda da Fortuna; que, se Eustáquio estivesse em sua casa em Nárnia (de fato, era um buraco e não uma casa, no qual nem a cabeça do dragão caberia), poderia mostrar-lhe mais de cem casos parecidos, em que reis, duques, cavaleiros, poetas, apaixonados, astrônomos, filósofos e mágicos haviam caído da prosperidade para as mais desgraçadas situações, tendo muitos deles recobrado a posição anterior e vivido muito felizes dali em diante. No momento, não era muito consolador, mas, como a intenção era boa, Eustáquio nunca se esqueceu disso."

O mais importante é saber que quem controla a roda é Deus. E, se nos submetemos à vontade divina com obediência, somos filhos, herdeiros, e há a certeza: O Pai está no controle e sabe até que ponto podemos suportar.

A Bíblia também fala que Davi, após perder seu melhor amigo Jonatas, fala “Angustiado estou por ti, meu irmão Jônatas; quão amabilíssimo me eras! Mais maravilhoso me era o teu amor do que o amor das mulheres.” 2 Samuel 1:26 Dizem que as pessoas mudam seus discursos depois que os seus entes queridos morrem. Eu, porém, não quero esperar que a morte atue (até porque sou a mais velha, pela ordem natural devo “ir” primeiro ;) para dizer: Estejamos “por cima”, ou “por baixo”, no ciclo da fortuna, sua amizade é um bálsamo em minha vida!

¶ O óleo e o perfume alegram o coração; assim o faz a doçura do amigo pelo conselho cordial.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Datas e a perfeita caridade

"A ninguém devais coisa alguma, a não ser o amor com que vos ameis uns aos outros; porque quem ama aos outros cumpriu a lei." (Romanos 13:8)

- Quem lembrou de cumprimentá-la?
Entra ano, sai ano, a mesmo pergunta. Mas 2011 foi curioso porque a questão recorrente foi:
- E Fulano não?
Não. Fulano não ligou/ escreveu/ telegrafou/ mandou sinal de fumaça. Pelo consenso geral, deveria tê-lo feito.
Diz-se popularmente que “cada um só pode oferecer aquilo que tem”. Mas não gosto desse ditado. Biblicamente, desde a queda do homem no Éden e conseguinte afastamento do Criador a natureza humana nada tem a oferecer. Ou melhor, tem. Há o egoísmo, o orgulho, a cobiça, a inveja, a dissolução, o interesse maligno, o rancor, o sentimento faccioso, a emulação (Colossenses 3:7). E por aí vai. Somos todos bem ruinzinhos, convenhamos.
Sou apaixonada pela Cruz por sua completude: Abre e aponta um caminho predominantemente vertical (nós-Altíssimo), mas também sinaliza reconciliação horizontal. Ao contrario do que alguns dizem, Jesus não morreu em um poste.

"Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado." 1 João 1:7

Quando leio a descrição de S. Paulo a respeito da perfeita caridade, volto-me para a Cruz, ouço Cristo pedindo perdão em favor dos que o transpassavam (Lucas 23:34) e me sinto absolutamente mesquinha e humilhada.
"O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece. Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal;" 1 Coríntios 13:4

E acho engraçado que quando existe uma resolução interior de luta contra o egocentrismo interesseiro sempre aparece uma vozinha lá no íntimo que diz: “tonta. Tonta. TONTA. Você vai ver o que vai ganhar em troca. DE NOVO”. Aliás, vozinha, nada. Vem uma voz de trovão e traz à tona todas as decepções e traições sofridas. E se não houver um freio, logo o ego tomará conta do espírito e “a vítima” – cheia de razão – tornar-se-á a mais amarga e desagradável das criaturas.
Então, no tempo que se chama hoje, convido-o a esquecer do Fulano(a) e lembrar do Madeiro. E de todas as pessoas absolutamente fantásticas que Deus colocou em seu caminho, pois toda a boa dádiva e todo o dom perfeito descendem do Pai das luzes (Tiago 1:17).
Eu, pelo menos, tenho sido surpreendida a cada dia. Começou com um convite da minha bisavó, passou pelo post do pai de um amigo querido (um post todo só pra mim! chorei de emoção =) e uma cartinha “com desenho e tudo” de um aluno pré-adolescente. E hoje, enquanto cuidava da vida, recebi flores. Não há nada melhor do que uma vida liberta do ressentimento.

E, se todos os Fulanos não ligam, não diminui em nada o quanto continuo ligando, no amor do Senhor.

"Aquele que não ama não conhece a Deus; porque Deus é amor." 1 João 4:8

Problemas técnicos

Depois de meses, estamos tentando voltar "ao ar".

Ou pelo menos eu, que estou com a internet e o teclado prejudicados. E me recuso a postar coisas sem a acentuação correta. Ou a antiga acentuação correta, já que não sei nada dessa nova ortografia bizarra.

Mas, ainda que trôpegos, seguimos, como Jeremias, buscando a excelência.

Jeremias 12:5Se te fatigas correndo com homens que vão a pé, como poderás competir com os cavalos? Se tão-somente numa terra de paz estás confiado, como farás na enchente do Jordão?

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Qual é a sua?


Essa era uma expressão que usávamos com muita freqüência na fase adolescente. Mas acho que ela ainda combina muito conosco (Anna/ Maria) porque sempre fomos conhecidas por sermos diretas e (muitas vezes impertinentemente) sinceras.

Jesus fala em Apocalipse 3:16 à Igreja de Laodicéia: "Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca".

Agora é o momento de lutarmos pelo que acreditamos. E não conseguiremos fazê-lo, se ficarmos “na nossa”. A Bíblia fala sobre o profeta Amós, cujo nome significa “levar o fardo”. Este era um pobre e humilde camponês que recebeu o sublime chamado para ser profeta e “carregar o peso” de ser o mensageiro no meio de uma nação querida por Deus porém extremamente rebelde.
Quando questionado, Amós declara “Eu não sou profeta, nem filho de profeta, mas boiadeiro, e cultivador de sicômoros. Mas o SENHOR me tirou de seguir o rebanho, e o SENHOR me disse: Vai, e profetiza ao meu povo Israel.” Amós 7:14 , 15
Nós duas somos professoras. Quantas vezes elevamos nossas expectativas em torno de nossos alunos, esperando que eles não deixem que as distrações banais do mundo os detenham rumo a toda a plenitude do que podem vir a ser. Isso me faz pensar o quanto o nosso Mestre almeja que nós, acima de profissões, hierarquias e afazeres, venhamos a mostrar “qual é a nossa”. A nossa fé, o mistério que nos foi revelado, a diferença que reside em nós.
Conhecemo-nos? Somos de fato irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis, no meio de uma geração corrompida e perversa, entre a qual resplandecemos como astros no mundo? (Filipenses 2:15)

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

O óleo da alegria

“(...) Porque a alegria do SENHOR é a vossa força.” Neemias 8:10

 Ainda nesse assunto. Esses dias disseram-me: Como você pode não estar chorando?

Jesus prometeu que os crentes fiéis seriam cheios de alegria. Não apenas felicidade terrena, ou prazer mundano, mas alegria sobrenatural e espiritual. Isso porque o contentamento do mundo depende das circunstâncias em que a pessoa se encontra, já o regozijo cristão é completamente independente, pois mesmo em meio a grandes provações e desertos o Espírito Santo é quem atua.

Salmos 90:14: “Sacia-nos de manhã com a tua benignidade, para que cantemos de júbilo e nos alegremos todos os nossos dias.”

Passei nos últimos tempos por um processo doloroso de separação de alguém que amo demais, mas tenho que testemunhar que a alegria de Deus é efetiva em nossas vidas, ainda que em meio ao sofrimento.

Manuel Bandeira diz em um verso que “ (...) de lá de dentro do fundo da treva do chão da cova/ Eu ouvia a vozinha da Virgem Maria/ Dizer que fazia sol lá fora” É evidente tratar-se de ficção poética, já que a mãe de Jesus dorme no Senhor com os demais santos e a Bíblia é clara em Lucas 16:31 sobre a incomunicabilidade dos mortos em relação aos vivos. Mas adaptando a literatura, ousaria dizer que de lá de dentro do fundo da treva do chão da cova eu ouvia a vozinha da Anna. E não era dizendo que fazia sol lá fora. Uma memória muito mais importante: ela cantava há dez anos, quando passei por situação semelhante, um hino antigo que diz “Esta paz que sinto em minh´alma NÃO é porque tudo me vai be-em...”

 E segue: “Esta paz que eu sinto em minha alma,
É porque eu sigo a Alguém fiel!

Não olho circunstâncias,
Não, não, não, olho o seu amor
Não me guio por vista, alegre estou!

Este gozo que eu sinto em minha alma,
Não é porque olho ao meu redor.
Este gozo que eu sinto em minha alma,
É porque eu louvo ao meu SENHOR.

E ainda que a terra não floresça,
E a vide não dê o seu fruto.
Ainda que os montes se lancem ao mar,
E a terra trema, eu hei de confiar!”

                        Essa é uma promessa bíblica, universal e imutável, da qual podemos tomar posse, se somos verdadeiros servos de Deus: “Regozijai-vos sempre no Senhor; outra vez digo, regozijai-vos.” Filipenses 4:4

OBS: Não consegui até hoje descobrir se a música supracitada tem autoria conhecida...

quarta-feira, 27 de julho de 2011

O que o faz feliz?

“Quem tenho eu no céu senão a ti? E na terra não há quem eu deseje além de ti.” (Salmos 73:25)


A Bíblia conta no final do capítulo 18 de Atos dos Apóstolos a história de Apolo, “homem eloqüente e poderoso nas Escrituras (...) e, fervoroso de espírito, falava e ensinava diligentemente as coisas do Senhor”. O relato de que, não obstante este ainda “só” conhecesse o batismo de João, falava ousadamente na sinagoga, me faz lembrar dos heróis da fé retratados em Hebreus 11, pessoas que não chegaram a conhecer a Cristo, mas viveram e morreram na esperança do cumprimento da promessa de Deus: 

“Que mais direi? Faltar-me-ia o tempo contando de Gideão, e de Baraque, e de Sansão, e de Jefté, e de Davi, e de Samuel e dos profetas, os quais pela fé venceram reinos, praticaram a justiça, alcançaram promessas, fecharam as bocas dos leões, apagaram a força do fogo, escaparam do fio da espada, da fraqueza tiraram forças, na batalha se esforçaram, puseram em fuga os exércitos dos estranhos.

As mulheres receberam pela ressurreição os seus mortos; uns foram torturados, não aceitando o seu livramento, para alcançarem uma melhor ressurreição; e outros experimentaram escárnios e açoites, e até cadeias e prisões.

Foram apedrejados, serrados, tentados, mortos ao fio da espada; andaram vestidos de peles de ovelhas e de cabras, desamparados, aflitos e maltratados (dos quais o mundo não era digno), errantes pelos desertos, e montes, e pelas covas e cavernas da terra.

E todos estes, tendo tido testemunho pela fé, não alcançaram a promessa, -rovendo Deus alguma coisa melhor a nosso respeito, para que eles sem nós não fossem aperfeiçoados.” 

Apolo  não conhecia a Cristo, mas trabalhava, arriscava-se e dedicava-se a Ele. Imagine o que foi aos patriarcas e aos profetas antigos dar a vida por algo que não viram. Isso é fé (Hebreus 11:1).

Temos vivido na chamada “esfera de milagres”. E estes servem como prova da divindade de Jesus. Mas e se não recebêssemos nada por andarmos com Cristo, só a morte e a perseguição e o escárnio? Seguiríamos ao lado dEle? Ama-lo-íamos até o fim?

Conta a história que Francisco de Assis largou uma vida de riqueza, honra e fama para reedificar o santuário destinado aos leprosos, pessoas na época consideradas as mais desprezíveis da sociedade. Foi seguido por Clara, uma jovem da nobreza que recusou-se a casar ou a entrar para o alto clero, desejando servir a Deus integral e humildemente.

Acostumamo-nos a condicionar a nossa felicidade a eventos, coisas, pessoas, conquistas. Claro que tudo tem seu valor, e toda boa dádiva vem de Deus (Tiago 1:17), mas será que podemos falar como Jeremias, profeta que viveu num tempo tenebroso de declínio social, moral, político e espiritual, “a minha porção é o SENHOR, diz a minha alma; portanto esperarei nele.” (Lamentações 3:24)?
 

Podemos? Marcos 10:38. Pense!
 

Finalizo deixando um coral de crianças cantando “You´re all I need” (“És tudo que preciso”) http://www.youtube.com/watch?v=hRQuqS2G5-s
Mais sobre Clara e Francisco: http://www.youtube.com/watch?v=hRvRbUOo2kU

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Praise looks good on you

“E repreendeu Jesus o demônio, que saiu dele; e, desde aquela hora, o menino sarou. Então, os discípulos, aproximando-se de Jesus em particular, disseram: Porque não pudemos nós expulsá-lo? E Jesus lhes disse: Por causa da vossa pequena fé; porque em verdade vos digo que, se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: Passa daqui para acolá--e há de passar; e nada vos será impossível. Mas esta casta de demônios não se expulsa senão pela oração e pelo jejum.” (Mt. 17:18-21).


Lembro-me que há alguns anos uma amiga desmanchou o noivado por conta de “ser sempre a última” na vida do consorte. Trabalho, amigos, estudo, tudo vinha antes dela.
Na época fiquei muito chateada, discordei dessa decisão e disse a ela que na minha opinião as pessoas devem ser livres e que só pelo fato de alguém não se dedicar ao outro o tanto que este gostaria não significa necessariamente que aquele não esteja oferecendo o máximo que pode.

O ditado popular é que “o mundo gira”. Hoje ainda não concordo cem por cento com essa colega, mas convenhamos, quantas vezes em relacionamentos não nos sentimos frustrados por sabermos que o outro não nos oferta “o melhor”?
Aliás, nessa correria moderna e individualista estamos cada vez mais longe de destinar a outrem o máximo de nós. Dia desses estávamos em uma loja e meu pai chegou a comentar “esse rapaz é tão gentil e atencioso que tenho vontade de comprar só em consideração a ele”. O que antes era “obrigação” virou qualidade difícil de ser achada. Fazemos tudo de qualquer forma (especialmente nas relações humanas) e nos orgulhamos de termos conseguido ludibriar a “exigência” alheia.
E com Deus não é diferente. Na semana passada o Senhor me deu o seguinte versículo em profecia, que compartilho aqui:
“Assim diz o SENHOR dos Exércitos: O jejum do quarto, e o jejum do quinto, e o jejum do sétimo, e o jejum do décimo mês será para a casa de Judá gozo, alegria, e festividades solenes; amai, pois, a verdade e a paz.” Zacarias 8:19

Sabemos que o jejum é uma forma de humilhação e consagração a Deus. A maioria dos cristãos também está acostumada a jejuar como um modo tradicional e rotineiro de sacrifício a Cristo. Mas há quanto tempo não jejuamos com um propósito, o propósito puro de apreciarmos a companhia e a presença do nosso Deus? Não um jejum que ressalte o quanto somos santarrões e esforçados (Mateus 6:17, Amós 4;5, Lucas 18:10-14), ou que humilhe os que se interpõem em nosso caminho (Isaías 58), mas o jejum santo da alegria da comunhão cristã.
Essa exortação me lembra o hino do Don Moen “Praise looks good on you” (http://letras.terra.com.br/don-moen/1070893/traducao.html), que diz mais ou menos que “mais que um sacrifício, estou buscando a sua vida, santa e aceitável (...) e em tudo o que você faz, lembre-se que tudo o que quero é VOCÊ”.

Na realidade, quando amamos alguém de verdade, nada é sacrifício, nada é pesado. Há quanto tempo não louvamos, nos humilhamos, jejuamos, cultuamos, adoramos e desfrutamos da prioridade, que é –ou, deveria ser - Jesus?

“Não tem sentido falar-se em sacrifícios, quando você vê Jesus morrendo por você na cruz. Não há sacrifícios. Imagine onde estaríamos sem Jesus. Convenhamos, sacrifícios? Onde estaríamos? Na sarjeta.” (Irmão André, tradução livre, disponível em http://www.youtube.com/watch?v=0KGxJmDcn5c&feature=related, aos 7:38min)

Mês sétimo é de consagração e ALEGRIA!

domingo, 3 de julho de 2011

Em fervente oração...

“E, soltos eles, foram para os seus, e contaram tudo o que lhes disseram os principais dos sacerdotes e os anciãos.
E, ouvindo eles isto, unânimes levantaram a voz a Deus, e disseram: Senhor, tu és o Deus que fizeste o céu, e a terra, e o mar e tudo o que neles há; Que disseste pela boca de Davi, teu servo: Por que bramaram os gentios, e os povos pensaram coisas vãs? Levantaram-se os reis da terra, E os príncipes se ajuntaram à uma, Contra o Senhor e contra o seu Ungido. Porque verdadeiramente contra o teu santo Filho Jesus, que tu ungiste, se ajuntaram, não só Herodes, mas Pôncio Pilatos, com os gentios e os povos de Israel; Para fazerem tudo o que a tua mão e o teu conselho tinham anteriormente determinado que se havia de fazer. Agora, pois, ó Senhor, olha para as suas ameaças, e concede aos teus servos que falem com toda a ousadia a tua palavra; Enquanto estendes a tua mão para curar, e para que se façam sinais e prodígios pelo nome de teu santo Filho Jesus.
E, tendo orado, moveu-se o lugar em que estavam reunidos; e todos foram cheios do Espírito Santo, e anunciavam com ousadia a palavra de Deus.” (Atos 4)

É comum queixarmo-nos da situação atual da Igreja (corpo vivo de Cristo). Mas para que possamos entender o que nos falta – que havia nos tempos primitivos – basta-nos um pouco de honesta meditação daquela época em comparação à nossa.

Os cristãos antigos estavam acostumados à oração constante. Muito mais que o nosso “Ai, meu Deus!” ou “Misericórdia, Senhor” que soltamos inconsciente e eventualmente em circunstâncias adversas, eles - de forma concreta – oravam e oravam e oravam. Não quero aqui afirmar que o clamor eventual cotidiano não surta efeitos. Diz a Palavra que o Rei Josafá bradou no meio da batalha e foi salvo (2 Crônicas 18:31 ). É óbvio que não há tempo para, em meio a uma guerra, grandes abstrações e aprofundamento espiritual, mas ainda assim o socorro divino foi enviado.
A questão é que a oração fervente e constante estava sempre em primeiro plano na vida da Igreja primitiva. Além de viverem 24 horas entregues a Deus (Gálatas 2:20 ), falavam sempre que possível com Ele. E esta era uma oração unânime, feita de forma completamente voltada ao Reino e à vontade do Senhor.
Note-se que muito embora seja pedida uma providência imediata, baseada nas circunstâncias (“Olha para suas ameaças”), a real intenção ao orar é alcançar-se ousadia suficiente para o Serviço.
A Igreja Primitiva era presa no corpo, e livre no Espírito. A Igreja atual é o contrário: Livre para expressar-se, mas sempre presa espiritualmente ao mundanismo, ao avivamento superficial, aos modismos místicos e ecumênicos.
A Igreja de Cristo era devotada e entregue ao Senhor, até à morte, e clamava por milagres como instrumentos para a conversão alheia. A Igreja atual é apaixonada por si própria e tem nos sinais o fundamento para que sua vontade seja satisfeita. Deus deixa de ser um interlocutor na “comunicação” empreendida (a qual insistimos em chamar oração) e passa a ser um mero garçom ou mordomo, cumpridor dos nossos interesses.
Não é à toa a mediocridade em que mergulhamos. Se tão-somente lembrássemos do Palavra que diz “Entrega o teu caminho ao SENHOR; confia nele, e ele o fará.” (Salmos 37:5)  ou “Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.” (Mateus 6:33 )
Um dos hinos mais contundentes que conheço a respeito é “What if His people prayed”, do Casting Crowns, baseado na passagem de 2 Crônicas 7:14,  que diz: “Se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra.”.. Disponível em http://letras.terra.com.br/casting-crowns/295055/
Vamos voltar às bases, corpo de Jesus?